quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nemátodo: você conhece-o?

Enquanto o núcleo duro das(os) candidatas(os) se divide entre o trabalho e o estudo, nalguns casos bem longe de Bustos, coube-me a tarefa de acompanhar e dar testemunho das questões ambientais, com especial enfoque no coberto vegetal.
O BUSTOS EM 1º quer sensibilizar a comunidade local, alertando-a sobre os perigos que espreitam e põem em perigo o seu pacato dia-a-dia, com reflexos indesejáveis na qualidade de vida de cada um de nós.
Como vamos sobre meios e factores de produção?
A colheita de vinho, que é dela, que não vejo nem ouço os ruidosos tractores a passar aqui à porta, nem carregados, nem vazios de uvas?
E os tradicionais alambiques? Que é feito dos estridentes e apelativos apitos? Da bagaceira a 1º e 5/8 Tessa ou 52,50º Centígrada ou 20º Cartier, consoante a região vinhateira? (1)
E que coisa é essa do nemátodo, que só o fogo da mão criminosa do homem parece eliminar?
Eu explico:
O nemátodo da madeira do pinheiro não passa dum verme microscópico do grupo das lombrigas, que ataca preferencialmente pinheiros e outras árvores resinosas.
O nemátodo é transmitido às árvores por um insecto, o longicórnio (2) do pinheiro, o qual se encarrega de dispersar a ignóbil lombriguinha, entre Abril e Outubro, antes dos frios o forçarem a esconder-se, hibernar, calçar as pantufas.

Você conhece-o?
Você confia no primaveril insecto?

Pois o BUSTOS EM 1º conhece-o bem e tem a solução.
Provando mais uma vez que está sempre em primeiro, o BUSTOS EM 1º ensina-vos a combater o insecto, mandando a lombriguinha para aquele sítio lá longe, de onde nunca devia ter saído.
Ai o nemátodo adora roer a alma dos pinheiros? Ai é um guloso pela resina?
Já que é isso, o BUSTOS EM 1º encontrou o remédio, o milongo da Angola das saudades mil e das mortes poucas, graças adeus até ao meu regresso:
Durante os próximos fins de semana, a malta nova em idade de trabalhar no duro, de dar o litro pela comunidade, só tem de munir-se da machada cortadeira e da tradicional tigela de barro (nada de modernices de plástico!) e toca a marchar sobre os pinhais da nossa aldeia, em alegres ranchos, ordeiros e disciplinados [Também podem ir todos ao molho, desde que não se baldem à divina missão de acabar com o nemátodo].
Aí chegados, é só ir aplicando o corte na casca de cada pinheiro e aguardar que a resina escorra para dentro das tigelas.
Esmifremos a resina a cada pinheiro, sem dó nem piedade!
Ai eles comem tudo
e não deixam nada?
Ai eles julgam-se uns papões?
A resina! Acabemos com a resina-enfarta-lombrigas!

A resina tem outros usos, outros caminhares.
Outras vantagens. Outras mais-valias.
Outro futuro.

O que faz falta é juntar a resina em grandes bidões e fazê-la descer ao povoado!
O que faz falta é distribuí-la pela malta!
O que faz falta é animar a malta!

O padrinho
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(1) Extraído de apontamentos do Curso Intensivo de Vinificação, tirado na Estação Vitivinícula da Beira Litoral / Anadia, entre 31 de Agosto e 5 de Setembro de 1981.
(2) Os longicórnios são conhecidos pela sua longevidade e parece não haver quem os convença a reformar-se.
*
- "Proteja o seu pinhal contra o nemátodo - Campanha Nacional de Sensibilização". Pequeno desdobrável editado pelo Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas - Autoridade Florestal Nacional, com o apoio do IFAP - Fundo Florestal Permanente e das Organizações de Produtores Florestal  / Dep. Legal283277/2008 - 100.000 exemplares.

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